de agora



Numa espécie de exercício privado, ia escrever um anúncio (jamais publicável) onde eu procurava a amiga que me falta aqui. Comecei a escrevê-lo, mas a certa altura percebi que estava inconscientemente a retratar uma querida amiga minha da qual sinto muito a falta. Apaguei tudo e deitei-me.


Se tenho uma amiga ideal longe, nunca poderei estar satisfeita. Também nunca estou satisfeita com nada. Mas decidi que vou tirar a carta. Ontem vi um bocado de um filme, chamado Julie e Julia em que duas mulheres frustradas se realizam a cozinhar e a comer. Aquilo deixou-me muito mal disposta e não acabei de ver o filme. Também não me vou realizar a tirar a carta, mas ao menos aprendo alguma coisa. Acho que já não aprendo nada há muito tempo. Tenho aprendido Tarot, signos e i ching, mas não com os melhores resultados, nem, claro, com muito método. Estou cada vez mais desmetódica. O que eu precisava de um bocadinho mais de disciplina! E bem que tento.

Descobri há dias que uma pessoa (não importa agora quem) estudou numa escola que conheci por acaso e sempre abominei. Isto não teria interesse nenhum se eu não fosse uma pessoa completamente esquisita e não registasse na memória coisas estranhas e aparentemente sem sentido.


Ando a ler contos da Florbela Espanca em edição de bolso. Gosta-se mais dela do que daquilo que escreve, mas tem coisas giras. Uma foi ter-me feito procurar e encontrar (por acaso), o livro de pensamentos do Marco Aurélio, onde encontrei a seguinte maravilha: "Tu não és mais do que uma alma pequenina portadora de um cadáver" (Epicteto)

Depois disto já nem devia dizer mais nada, a não ser que este meu cadáver que ando a arrastar escada acima e escada abaixo e esta minha alminha tamanho mini andam muito sintonizados um no outro e principalmente em algo exterior. Será por causa do Verão? Não, porque esse ainda não começou, e raramente ameaça começar.


Se não fosse eu ser mulher, eu era a mesma coisa só que em gajo, e provavelmente só teria que tomar banho mais vezes.

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